Pesquisar neste blog

.

.

sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

"Bom testemunho" - Esdras 6



Algumas pessoas acreditam que para "dar bom testemunho" e "convencer os outros" precisamos exibir uma vida que seja "só sucesso". Mas isso não é verdade e uma mentalidade dessa só leva o povo à vaidade, exibicionismo e porfia.

Nesse episódio da história de Israel, vemos que eles estavam passando ainda por uma fase de muita dificuldade e humilhação. Embora muitos deles já estivessem retornado à terra, quando lá chegaram encontraram tudo destruído. Além do mais eles eram pobres e estavam estavam cercados de inimigos. Ainda assim, por algum motivo "misterioso", os reis Ciro, Dario e Artaxerxes (e antes deles o próprio Nabucodonosor) se converteram ao Deus verdadeiro. Os reis Ciro e Dario fizeram o possível para reerguer a nação. Deram todo o apoio. Aqui nessa passagem vemos o rei Dario ordenando que tudo fosse feito para reconstruir o templo de Jerusalém. O rei confessou que queria que os judeus buscassem a Deus e orassem por ele e pelos seus familiares. Por algum motivo ele reconheceu que o Deus de Israel era mesmo o todo-poderoso. Ele reconheceu o poder de Deus mesmo na tribulação do povo de Deus e não em demostrações efusivas de vitórias e riqueza.

O coração do homem tem seus próprios caminhos. Só Deus conhece. Esse rei se converteu não porque tenha visto os judeus vencerem batalhas difíceis. Ele foi tocado, provavelmente, pela severidade e amor de Deus. Deus castiga mas ao mesmo tempo conserva, converte e re-ergue. Em suma: Dario se converteu porque o povo se converteu.

Deveríamos buscar mais conversão ao invés de exibição de prosperidade. Ao invés de estarmos tão preocupados com a conversão dos outros, deveríamos estar mais concentrados na nossa própria conversão porque conversão é algo contagioso. Quando o povo de Deus se converte, quem está próximo tende a ser tocado também.

O povo, ao ser questionado a respeito do que estava passando, dizia  e confessava que estavam cientes de que toda a desgraça que sobre eles se abateu foi por castigo de Deus. Eles pecaram. Ao contrário do que se acredita hoje, não é só o sucesso mas principalmente a piedade, a contrição, o arrependimento, a mudança de vida, a submissão à vontade de Deus, o reconhecimento dos próprios erros, o testemunho próprio sem enfeites, essas sim são coisas que comovem e representam bom testemunho.

O bom testemunho é a VERDADE da nossa vida com Deus ainda que essa verdade não nos pareça muito bonita ou não nos cause muito orgulho. A verdade é sempre superior à hipocrisia.

Deus tem sua maneira própria de tocar nos corações. Seus argumentos são profundos e insondáveis. Nós não alcançamos. Deus não precisa que viremos "propaganda de margarina" para que seu reino cresça. Não precisa que vivamos de aparência para "dar bom testemunho". O Evangelho É A VERDADE. E os judeus estavam vivendo uma verdade e dela não se esquivaram. E mesmo em meio a humilhação e pobreza o rei Dario pôde ver a presença de Deus sendo restaurada naquelas vidas e desejou agradar e adorar o Deus dos judeus.

sábado, 20 de dezembro de 2014

Nada a ver com fé



Não me convenci da existência de Deus depois de ter sido convencida por uma teoria envolvente e irretorquível. Não resolvi acreditar em Deus por ter concluído que essa era a única forma de se explicar os mistérios da vida. A crença em Deus não veio para calar minhas interrogações  a respeito da natureza ou para me acalmar com relação ao medo da morte.  Não me tornei crente porque um dia me pus a pensar sobre a criação do universo e não tendo à mão uma teoria satisfatória, lancei mão da fé em Deus para não precisar me preocupar mais com o assunto. Não resolvi crer em Deus por achar que a vida é justa e que tudo faz sentido.  Não faz, pelo menos pra mim.  Creio em Deus por um único motivo: eu o percebo e não consigo ser indiferente a isso.


Estou certa de que os seres humanos têm “um sexto sentido” através do qual essas certezas fazem todo sentido. 

Acreditar no amor e na providência de Deus pode ser uma questão de fé, mas acreditar na existência de Deus,  não. Não é um caso de fé, mas de percepção. É como no daltonismo: ou você percebe ou você não percebe determinada cor. Eu não acredito que exista a cor verde: eu a percebo – embora saiba que muitas outras pessoas não a enxergam. Isso não tem nada a ver com caráter.  Tenho certeza de que existe um monte de gente melhor do que eu que não percebe o verde e um monte de outras pessoas também melhores do que eu que não percebem Deus.  Não se mede os seres humanos pela eficiência dos seus sentidos. Ninguém é melhor do que ninguém só porque tem um paladar mais apurado para diferenciar vinhos.

É assim, simplesmente assim, que entendo essa questão.